Da série - Atores... humpf!

Rafael & Marina


Ele quer puxar seus cabelos
ela quer morder seu nariz
ele quer arrancar sua calcinha
ela quer lhe meter as unhas
ele quer lhe meter fundo
ela quer lhe beijar muito
ele quer café logo cedo
ela quer que ele puxe seus cabelos
ele que ficar horas no computador
ela quer sua mão nas suas coxas
ele quer vê-la dormindo
ela quer que ele acorde no meio da noite
ele quer um filho homem
ela quer duas meninas
ele quer tomar banho com ela
ela quer que ele espere na cama
ele quer dizer que a ama
ela quer que ele não morra nunca
eles querem se amar até o fim dos seus dias.

– Pra Rafael e Marina, que se casam na segunda-feira.

Idol

Pro Denis


– Arizona Painted Desert

Um dia...

Leonilson

Ruínas


Sempre tive uma espécie de fascínio por ruínas. Casas, prédios antigos que guardam nas poucas paredes que restam, as cores, impressões e alguma vida, das vidas que existiram ali, em algum tempo. Qualquer prédio abandonado, caindo aos pedaços me atrai. Sou capaz de passar horas apenas observando, as vezes desenhando, as vezes imaginando as pessoas que passaram, que viveram ali, tentando recriar um passado imaginado por mim, mas nem por isso, menos verdadeiro.
– Clique na imagem para vê-la ampliada. Vale a pena, é uma arte incrível.

O julgamento

Eu praguejei e achei que ia ser chato. E foi. Apenas a espera foi chata. A espera pelo início do julgamento. Sim, pela primeira vez na vida, eu estava naquelas cadeiras uma ao lado da outra, compondo uma sala de tribunal. Fui convocado para ser parte integrante de um júri popular. Qualquer cidadão honesto deste país corre este risco. Qualquer cidadão honesto corre tantos riscos neste país... Enfim, lá estava eu. O publicitário, entre uma professora, uma estudante de advocacia, um garçon, um psicólogo e uma dançarina. Sim, uma dançarina também pode ser convocada. Desde que seja honesta, claro. Você, assim com eu fazia, pode ter uma idéia do que é um julgamento, pelos filmes (americanos) que estamos cansados de assistir. Mas não é igual. Nem vou discutir aqui as regras da lei brasileira, que muito difere da americana. Mas, mais do que isso, a maior diferença, é que ali, naquela sala, eu não assistia a um filme. Era real. E pior, eu fazia parte daquilo. O réu era um rapaz de no máximo 25 anos, negro, baixa estatura, morador da periferia de São Paulo, que matara um rival do tráfico de entorpecentes da região em que moravam e estava preso já a 5 anos. Réu confesso, que estava ali para ser finalmente julgado e condenado. Assim pediam ambos os promotores. Sim, o advogado de defesa também pode pedir a condenação do réu (eu não sabia disso). Vou me abster de narrar aqui os trâmites do julgamento e a nossa perplexidade de jurados de primeira viagem. Não é isso que quero colocar. Talvez eu queira cuspir finalmente o grande caroço que me atravessou a garganta, ali, naquela cadeira, de frente para aquele rapaz, que a despeito de toda sua origem de pobre, negro, favelado, brasileiro, fudido como tantos outros das periferias deste país, cometeu um crime. Matara outra pessoa. Era a primeira vez que eu me encontrava frente a frente com um assassino. E ele não parecia um assassino. Alguém passa a parecer um assassino, depois que assassina alguém? Não sei. Sei que ele não parecia. Era um garoto comum, como tantos que a gente vê nas ruas, todos os dias. Podia ser o motoboy da empresa que você trabalha. Podia ser o atendente da padaria. Podia ser o engraxate da praça. Podia ser você. Podia ser eu. Ok, você pode dizer que nem eu, nem você somos da periferia, ou tampouco estamos envolvidos com tráfico de drogas. Mas, sabe, olhando aquele garoto franzino e algemado na minha frente, eu pensei: eu podia estar ali. Qualquer pessoa podia estar ali. Ele não parecia um assassino. Mas era. Ele era um monstro? Não. Era um ser humano, como qualquer outro, que um dia, levado por sei lá quantas circunstâncias, mirou a cara de um cara e puxou o gatilho. Foram cinco tiros. Num outro garoto, à época com 16 anos. Que podia tê-lo matado, também. Mas não o fêz. Ele o matou antes. Assistiam ao julgamento, o pai e uma irmã do réu. Juro que não conseguia olhar pra eles. Não conseguia. Parece loucura, mas me sentia envergonhado. Olha que louco. Eu, me sentia envergonhado, por estar ali, julgando o filho e o irmão deles. Mas, mais que vergonha, talvez uma vergonha destruidora, sentisse o próprio réu. Que em nenhum momento, nenhum segundo sequer, de todo o tempo que durou o julgamento, ousou olhar na direção de seu pai e sua irmã. Como disse, ele já cumprira 5 anos e sua sentença, ao término do julgamento, foi de 12 anos. Depois, nós do júri, em conversa com os promotores, fomos informados que talvez ele não cumprisse os 7 anos restantes. Ficaria mais 5 e seria solto. Ele tinha bom comportamento, disseram os promotores. Não me considero capaz de julgar ninguém. Nem mesmo um assassino. Mas nós julgamos sempre, diariamente, aleatoriamente. Despudoradamente, nós julgamos a todo o tempo. Não fui embora do fórum com a sensação de dever cumprido. Saí dali, com a sensação de tão condenado, quanto ele.

O presente


– Ganhei um deste. Tudo bem que é uma garrafa das pequenas. Tudo bem que tá me ajudando a escrever. Mas tá me atrapalhando pra acordar.

...

O que não tem conserto nem nunca terá...

"Aquilo que nos muda de dentro pra fora é definitivo.

Alguma coisa está acontecendo no mundo, estamos no momento da grande mudança.

Aquele que aprende a lidar com a lei de que somos parte de um todo, entende que vivemos em um universo de troca aonde tudo que aplicamos na realidade aplicamos pra nós mesmos. Se eu sou capaz de odiar alguém sou capaz de odiar a min mesmo.
Cai um livro nas minhas mãos e enquanto deslizo meus dedos pelas páginas me questiono como essa informação existe a tanto tempo e as pessoas simplesmente não sabem. Como é possível que as pessoas defendam tanto um sistema tão limitado quando a verdade está estampada em suas caras.
Existe algo escondido atrás dos seus próprios olhos.
qualquer lugar é mágico para um bom observador e é na sua mente que estão guardados todos os segredos do mundo.
Conheça-te a ti mesmo, Bleep
e então conheça os outros."

– ... hoje lembrei muito dele.

Rafael Faccini



– Arte do incrível Rafael Faccini. Note que o rough é tão bom quanto a própria arte. Aliás...

Xico é Rei

"Melhor mesmo para os dois lados, é que haja o maior barraco. Um quebra-quebra miserável, celular contra a parede, controle remoto no teto, óculos na maré, acusações mútuas, o diabo-a-quatro.
O amor, se é amor, não se acaba de forma civilizada."
Xico Sá

Dramatic

Updating

– Trabalhando muito. Sonhando pouco. E (me) fodendo na medida.

Fim de noite


Te vi ontem, vestida de preto. Maquiagem vencida, naquela hora da noite em que todas as maquiagens já não servem mais, e entregam, sem dó, aquelas a quem deveriam servir. Ou simular. Aquela hora da noite em que nenhum simulacro existe mais. Entre toda aquela gente, vi você, de preto, cabelos escorridos de suor e uma maquiagem triste. Passou por mim, quase tropeçando, mas me viu. Olhou com os olhos ainda desenhados pelo lápis preto e um perfume ainda doce, mas quase no fim, mas que ainda assim entrou em cheio pelas minhas narinas e eu quis voltar, segurar pelo seu braço enquanto você ainda passava e pensava em parar. Mas você passou. Aí, de longe, te segui. Sentada na calçada, ajeitando a pequena saia preta e as pernas muito brancas, passando as mãos pelos cabelos e olhando. E procurando. E querendo. Mas a maquiagem já vencida, aquela hora, não te dava mais o salvo-conduto de que precisava. E ali, na calçada, você ainda tentava, desesperadamente um sorriso de quem tá curtindo tudo e não tá ligando muito. Mas a maldita maguiagem vencida entregava a alma pobre de um clown, cujos sapatos já gastos, a roupa já rasgada, apenas abraça sua pequena mala de couro velho, tão velho quanto seu coração, já tão cansado de bater. Em vão.

Take a break


– Bom fim de semana!!

Teatro

– Três espetáculos que eu não posso perder.

Ele precisa começar
Texto e interpretação Felipe Rocha



A noite mais fria do ano
Texto Marcelo Rubens Paiva



Cem Gramas de Dentes
Texto Bosco Brasil

Pra quem não vive sem

Calma


– São Thomás de Aquino, na visão do incrível artista paulistano, Stephan Doitschinoff, conhecido como Calma.

Por isso corro


A bomba atônita de tinta guache vermelha espessa que vai explodir a qualquer momento sem aviso e eu corro pra antes te encontrar que eu não sei não foi previsto não terá aviso simplemente ela vai explodir imprevisível forte destruidora arrebatadora não tenho tempo por isso corro não tenho medo por isso corro não me importa mais muita coisa por isso corro a bomba que marca tic tac tic tac tic tac o tempo sem parar os minutos as horas os dias os meses os anos milênios que a qualquer momento ela vai estourar forte potente a bomba de tinta guache vermelha grossa assassina impiedosa estourarando poderosamente sem aviso não tenho muito tempo preciso antes te encontrar rápido antes que tudo vá. Por isso corro.

Lá na quitanda


Tá em SP e sofrendo com o calorão na cidade? Vai uma dica que, além de dar um refresco, vai te proporcionar uma alimentação bacana, saudável, num ambiente bem relaxante. O Lá na Quitanda fica na Vila Madalena, no andar de cima de uma pequena quitanda. As saladas estão sempre fresquinhas e variadas, bem legal pra ir almoçar num dia quente. À noite, no inverno, as opções de sopas são bem variadas. Conheço o restaurante a algum tempo, e é dos meus preferidos. Pra ir de chinelos. Eu recomeeeendo...
Vai lá: R Rodésia, 128 - Vila Madalena

As vezes...

Hoje


– DIA INTERNACIONAL DA MULHER

Não é foto


é desenho. Catherine Riley.

"Todo canalha é magro"

– Nelson Rodrigues

Blogs

Castelos


Agora que esquecemos de tudo. Que tudo foi rápido. Que tudo foi pouco. Agora fica mais fácil. Agora podemos passar pela rua e não fingir nada. Não falar nada. Porque nada existe. Agora que esquecemos de tudo. Constatamos que, na verdade, não houve muito. Só a arrogância de nossas almas vazias. Só a sêca de nossas almas cansadas. Só o delírio de nossas almas inventoras. Almas que insistem em criar castelos. Onde só existem aridos desertos.

Pra dias de muito calor...

Lips Like Sugar


– Homenagem ao fim de semana!!!