Era uma menina que se chamava Nina. Menina, mas nem por isso tão ninfa. Tão distante do nascimento que se sentia às vezes tão velha. Mas bastava uma escovada, um espelho, um batom. Saía sempre sozinha, pois talvez fosse uma espécie de sina. Tinha uma saia vermelha que a avó dera. Talvez fosse o que enfim fizesse com que olhassem pra ela. Nina tinha uma espécie de irmão, parceiro, amigo e namorado. Tudo junto assim mesmo, em qualquer esquina. Fina, lenta e branquíssima, cruzava as coxas sob a saia vermelha. Ele tocava bem devagar. Sabia que ela não gostava de exasperações. Ele tentava sempre subir, mas ela pensava no catecismo e tinha lá suas convicções. Talvez ela tivesse medo, talvez ele não fosse físico, mas um medo de alma. Pois ele sempre ficava nu diante dela com impressionante calma. Coisa que ela não tinha. Uma fraqueza de rainha, embora fosse só uma Nina. Manias tão de menina que ele tentava fazer mais madura. Mas faltava muito. Ali, no meio de todo mundo, ele tocava sua coxa bem devagar, sem se fazer exaltado diante dela. Irmão, tinha a liberdade dos que amam sem explicar. Namorado, tentava dedo após dedo, alcançar suas costelas.
18.8.10
muito bom! muito!
2.9.10
pelo visto vou passar a noite aqui lendo seu blog...