Tapete preto


Quem sabe hoje eu durmo cedo e sonho. Sonho que ando a 120 km por hora, sobre o tapete preto com faixas amarelas. Aquela estrada deserta que só tem a mim esta noite. Eu vôo sobre o tapete preto. Com os vidros abertos, deixando o frio úmido entrar no carro. Vôo, cada vez mais rápido, cada vez mais longe. Pra não olhar pra trás. Pra não pensar no que ficou. As faixas amarelas correm como doidas pra baixo do carro. Uma, e outra, e outra, e outra. Rápidas, entrando nas garras de ferro enferrujado do velho carro. Não sei porque tenho tanta pressa esta noite, uma vez que eu tô sonhando. Mas eu logo esqueço. Corro. Quase vôo. Uma fina garoa cai agora sobre o parabrisa e as faixas amarelas começam a ficar embaçadas. Mas elas estão lá. Intermináveis. Uma a uma, me fazendo ver o quanto eu sigo rápido pela estrada preta e deserta. No frio úmido da madrugada que entra no carro, com as janelas escancaradas. Soltei a direção. Abri a porta e ponho meio corpo pra fora. E grito. Grito na estrada preta, molhada pela fina garoa. Grito seu nome. Subo pelo capô do carro e sento no teto, com os pés no parabrisa. Grito seu nome com o vento gelado queimando minha cara. Abro os olhos e o carro pára em frente ao seu portão. Você já esperava, eu não. Acordei.

O Baba-Chorume


– Piada interna.

Moça...


Ei, moça que falei ontem.
Sei que é merda ficar dizendo frases feitas que não ajudam em nada. Então não vou dizer nenhuma frase feita, ok?
Mas quero que saiba que o remédio é ruim mesmo e ninguém pode tomar ele por nós. Mas, pode ter alguém por perto pra dar uns tapinhas nas costas a fim de te ajudar a engolir. O tal remédio ruim. A decisão pode ser difícil, mas relaxa, não precisa resolver ela em 24 horas. Vai no seu tempo, moça. Vai pro sol. Vai caminhar, como eu já te falei.
Não vou dizer nenhuma frase feita. Mas vou repetir o que já disse ontem.
– Tô longe, mas tô aqui!

Monkey Emo


http://ffffound.com/

Banksy desmascarado?


O anonimato do grafiteiro conhecido como Banksy, um dos fatores responsáveis pelo seu sucesso e aura mítica, pode cair por terra.
Isso porque um jornal britânico diz ter provas de que Banksy seja Robin Gunningham, inglês de 34 anos. A prova mais contundente da identidade de Banksy é uma foto tirada na Jamaica há quatro anos, no qual Gunningham aparece com uma mochila e tintas sprays aos seus pés.
Um porta-voz de Banksy negou-se a confirmar ou negar a informação. Banksy é conhecido mundialmente por ousadias como colocar uma réplica de um preso da baía de Guantánamo no parque Disneyland, nos EUA.

Jethro Haynes


– Pequenos micromundos compõem os tênis customizados pelo artista e ilustrador londrino, Jethro Haynes.

Pizza


– Sexo é igual pizza. Mesmo quando é ruim é bom!

Cala a boca, Bárbara!


"Ele sabe dos caminhos
Dessa minha terra
No meu corpo se escondeu
Minhas matas percorreu
Os meus rios
Os meus braços

Ele é o meu guerreiro
Nos colcões de terra
Nas bandeiras, bons lençóis
Nas trincheiras, quantos ais, ai

Cala a boca
Olha o fogo
Cala a boca
Olha a relva
Cala a boca, Bárbara
Cala a boca, Bárbara"

Chico Buarque - Ruy Guerra

O Rio em preto-e-branco


– Fotos do Rafael.

Red Sonja, o filme II


– Falei aqui a uns dias atrás, da nova produção de Robert Rodriguez, sobre a Guerreira bárbara, Sonja.
Este é um dos primeiros pôsters divulgados. Incrível!

Vem aí...

Pára, vai!


– MacBook touch, prometido para setembro.

HOT-CHIP


– Definitivamente, o Hot-Chip é, na minha opinião, o grupo mais antenado visualmente, que se tem notícia. E eu nem vou comentar o som dos caras!

Hot Doll


- Love Doll for Dogs by Clement Eloy.

Family killed


– Não custa tentar qualquer dia...

Street Art com bom humor


– Pete Hamilton e Luke Egan, artistas ingleses que criam incríveis esculturas infláveis.
Confira no link: Designs in Air

Vamos sonhar?


– Foto enviada por Patricia Uehara, a Deusa de Pedra.

:))


– Voando pro colo da mãe!!!

É hoje!


– As piadas desse Coringa não são engraçadas.

Se ela estivesse por aqui...


– Foto manipulada pelo bruxo, polaco e multifacetário
Andrzej Dragan.

A última cortesã


Nada de novo no casarão branco do Cosme Velho, naquela metade de tarde quente de fevereiro. Tudo estava lá. As grandes sombras das árvores do Largo do Boticário, a calçada de pedras portuguesas que levava do portão aos fundos, nos pés da escada em caracol de frente para o grande viveiro de canários, todos brancos. A cor preferida da dona da casa. Era quase frio debaixo daquelas sombras, nos fundos da casa, onde a luz do sol quase não entrava. Apenas no jardim da frente, onde ficavam as roseiras brancas, propositadamente nenhuma árvore impedia o sol de iluminar o grande casarão branco. Na exata metade daquela tarde quente de fevereiro, um carro branco e preto, modelo Ford T 1915 parou silenciosamente em frente ao portão principal do casarão.
O motorista tomou o cuidado de não provocar mais ruído que o necessário, a fim de não quebrar a paz aparente daquela casa. Um rapaz muito magro e muito branco, não ultrapassando seus vinte anos, desceu do carro sem tirar os olhos do magnético branco daquela casa assombrosa. Tinha muito medo e no seu rosto totalmente imberbe, apenas um fino bigode de suor foi limpo imediatamente com o fino lenço de sêda que levava na lapela do paletó. Tirava o chapéu quando um minúsculo negrinho vestido todo de branco lhe abriu os portões fazendo uma reverência para conduzí-lo pelo jardim de rosas brancas. À medida que adentrava o calçamento de pedras portuguesas, seu coração diminuía e seu medo crescia violentamente, fazendo suas pernas tremerem. Os grandes olhos brancos do negrinho cravados no chão pareciam lhe perguntar se estava certo de onde pisava. Sim, ele sabia. Há muito ouvia falar daquela mulher. Desde que tomara consciência de si mesmo, ouvia falar na famosa cortesã do Cosme Velho. A cortesã dos tempos de seu pai. E em toda sua curta vida, secretamente, ele ansiava e se perguntava, se um dia, ele também teria a felicidade de ter com ela. Aquela mulher que só não era mais mítica que as fadas que lhe contavam as fábulas da sua infância.
Ela o esperava, acomodada num grande sofá coberto com dezenas de imensas almofadas vermelhas, sob as sombras frias que faziam na parte interna do jardim da casa, logo após o viveiro de canários, que o frágil rapaz não pôde deixar de admirar, antes que seu olhos encontrassem à sua frente, aquela figura, vestida de negro, sobre todas aquelas almofadas vermelhas. Não parecia ser muito mais velha que ele - pensou. Mas era, ele sabia até sua idade. Sabia tudo sobre ela. Estacou a alguns passos antes de aproximar-se. Era ainda muito bonita. E extremamente frágil sua figura. Encantadora. Exatamente como haviam lhe contado. O negrinho anunciou o jovem parado à frente daquela mulher prostrada em suas saudades. Ela esticou o pescoço, institivamente, a fim de localizá-lo. E ele foi invadido por uma gigantesca onda de piedade, aproximando-se mais. Ela não o via. Ela não via mais nada, já a algum tempo. A sífilis a cegara definitivamente. Mas ela estendeu a mão, lentamente, envolta em finas luvas negras. Ele a beijou, totalmente banhado de suor, que não se lembrava mais de secar. Esperara muito tempo por aquele encontro. Desejara, planejara, ensaiara as coisas que ia lhe dizer. As coisas que ia lhe perguntar. Durante muitos anos de sua vida, esperara. Mas tudo era esquecido agora. Era como se nunca tivesse pensado antes. Nunca tivesse vivido antes. Sentia, isso sim, que nascia naquele instante. Ali, de frente a ela. Com sua mão ainda entre seus finos dedos de quase menino. Esquecera-se de tudo que vivera até chegar ali. Era o momento que tanto esperara. E lhe faltou qualquer palavra. Nada que pudesse dizer naquele instante seria capaz de traduzir aquilo que sentia. Era um turbilhão dentro dele, incapaz de ser resumido em palavras. Era inexplicável o que sentia. Ele era, naquele momento, completamente dela, entregue ao magnetismo mórbido daquela belíssima mulher.
As mãos dela, trêmulas, capturaram em concha seu rosto suado enquanto lhe perguntava a cor de seus olhos. Ele diz. – Tal qual os do seu pai. Ela diz, quase sorrindo. Lamentava tão profundamente só agora, sem visão, tê-lo tão perto, que ela podia morrer naquele exato instante. Lamentava tanto ter sido quem foi e agora estar ali, envelhecida, doente, que ela seria capaz de ter trocado tudo e ter sido outra pessoa diferente da mulher que foi, se fosse para tê-lo perto durante os vinte anos que teve de esperar para finalmente encontrá-lo. – Se tudo tivesse sido diferente. Ela pensou e ele pôde ler nos seus olhos sem órbita. Ele segurava ainda sua mão trêmula, enquanto uma lágrima queimava a pele ressecada daquela mulher vencida. – Se tudo tivesse sido diferente, ela pensava. Se ela não tivesse sido a mulher que foi e que só agora, no último momento possível de encontrá-lo, ainda assim, ela não o via. Assim como em toda sua vida. O filho que ela nunca vira.

SPLAT!


http://web.mac.com/moistproduction/flash/index.html

Finalmente, o Walter Lima Junior.


Agruras do Brasil. Talvez só isso pra explicar porque um diretor do talento de Walter Lima Júnior ficou tanto tempo sem filmar. Dono de um currículo quase todo feito de clássicos, como Chico Rei - 1985, Inocência - 1983, Menino de engenho - 1965, este diretor ousou filmar em 1997 um livro absolutamente enigmático. A ostra e o vento, de Moacir C. Lopes. O que esperar de um livro que começa com uma vírgula e é narrado por uma ilha? E Walter consegue produzir, na minha opinião, uma obra prima do cinema nacional. Finalmente, estréia em 29 de agosto, Os desafinados, sua última produção. É esperar por sensibilidade e elegância, marcas registradas de sua obra.

Habibi Turkish Dancer


Pra dias de libido de samambaia!

– Arte de Stanley Lau - Singapore

Pro Chico


"Gosto dos venenos os mais lentos,
As bebidas as mais fortes,
Dos cafés mais amargos,
E os delírios mais loucos.
Você pode até me empurrar de um penhasco que eu vou dizer:
E daí
eu adoro voar."

Clarice Lispector

Pride of Baghdad


Durante o bombardeio dos EUA a Bagdá, o zoológico local foi totalmente arrasado, liberando os animais sobreviventes num cenário de morte e destruição. Só este fato já seria marcante o suficiente pra analisarmos a bestialidade humana. Mas também levou o roteirista Brian Vaughn, um dos criadores da série Lost, a escrever um dramatico manifesto anti-guerra. O artista Niko Henrichon recria a guerra e dá vida e personalidades distintas a quatro leões, misturando sentimentos humanos com os instintos animais, resultando numa já antológica história em quadrinhos sobre a guerra.
(Pride of Baghdad) Panini Comics. Formato 17 x 26 cm. Colorido. R$ 19,90.

Red Sonja, o filme.


Esta arte é incrível? Sim, realmente é. Mas não sei poderemos dizer o mesmo do filme que já entrou em pré-produção, que contará (mais uma vez) a história de Red Sonja. A curvilínea e virgem guerreira bárbara criada pelo pai do Conan, o escritor Robert E. Howard. Nas telas, desta vez, Sonja será vivida pela lindíssima Rose McGowan e terá produção de Robert Rodriguez. Pelo menos dois pontos a favor. Mas... sei lá.

Mulher sem razão


"Saia desta vida de migalhas
Desses homens que te tratam
Como um vento que passou

Caia na realidade, fada
Olha bem na minha cara
Me confessa que gostou
Do meu papo bom
Do meu jeito são
Do meu sarro, do meu som
Dos meus toques pra você mudar

Mulher sem razão
Ouve o teu homem
Ouve o teu coração
Ao cair da tarde
Ouve aquela canção
Que não toca no rádio

Pára de fingir que não repara
Nas verdades que eu te falo
Dê um pouco de atenção

Parta, pegue um avião, reparta
Sonhar só não dá em nada
É uma festa na prisão

Nosso tempo é bom
E nem vemos de montão
Deixa eu te levar então
Pra onde eu sei que a gente vai brilhar

Mulher sem razão
Ouve o teu homem
Ouve o teu coração
Batendo travado
Por ninguém e por nada
Na escuridão do quarto

Ouve o teu coração
Ao cair da tarde
Ouve aquela canção
Que não toca no rádio"

Dé, Bebel e Cazuza

The Man Who Told Everything


- Doves

Freelando pro diabo


http://freelandoprodiabo.com/?p=3#comment-72

É brincadeira...


Saiu na Folha de São Paulo.
"Prefeitura confunde grafite com pichação e apaga um dos principais murais de SP"


Parece mentira, mas um dos murais mais importantes dos irmãos Gustavo e Otavio Pandolfo, que formam a dupla Os gêmeos, feito na alça de acesso da Av. 23 de Maio ao elevado Costa e Silva, na Bela Vista, foi coberto ontem com tinta cinza.

Sim, por meio de sua assessoria de imprensa, a prefeitura admitiu o equívoco, cometido pela empresa contratada para apagar pichações de áreas públicas. Parece brincadeira, mas não é, infelizmente. Os caras são consagrados internacionalmente e seus trabalhos, geralmente painéis gigantescos que carregam uma linguagem muito própria, estão nas principais capitais do planeta. Prédios, estações de trem, aeroportos, parques, sem falar nas galerias.
É arte, minha gente. Arte! Onde é que a prefeitura de São Paulo e suas prestadoras de serviços estão com a cabeça? Confundir? Não, não pode. Será que a Lei Cidade Limpa vai "limpar" também a arte urbana das ruas da capital? Será que a Lei não sabe distinguir ou considera também lixo, a arte urbana? É inadmissível!

Sim, elas existem.


Ele se encontrou com uma fada no centro da cidade. Era uma fada vestida de tons de roxo, ao meio-dia nas imediações do Pátio do Colégio. Ali, no meio do povo passando, dos mendigos coçando, das crianças pedindo. Tudo bem que era uma quarta-feira comum e não tinha lá uma multidão tão grande assim. Mas ela tava lá. Ele percebeu que tinha uma outra fada com ela, vestida de prata, mas esta mantinha uma certa distância e ele não se importou muito com ela. Era impossível ficar indiferente àquela fada vestida de roxo com grandes asas roxas transparentes, balançando, refletindo aquele sol a pino do meio-dia. Era bonita demais pra ser ignorada. E ele, como era meio mágico mesmo, conseguia olhar bem direto no reflexo do sol naquelas asas sem que isso lhe provocasse qualquer mal-estar. Ela, a fada, reconheceu de imediato aquele ser quase semelhante, parado ali, admirado da sua beleza. E isso bem cá entre nós, ela olhou pra ele como se quisesse ela sim, fazer um pedido. Um pedido de fada. Mas ele, como era mágico e também muito generoso, apenas sorriu, moleque, percebendo a intenção dela. Estendeu a mão, humilde, pedindo uma mágica qualquer a ela. Mas o que seria afinal este momento mágico, se uma amiga que o acompanhava não tivesse registrado este encontro em sua digital? Certa vez eu até vi esta foto com meus próprios olhos. E posso assegurar que ela estava lá. Mas ele nem ligava pro meu espanto. Apenas repetia: – Sim, elas existem.

Marie Antoinette


Na visão do "The M-People (More to Come)" Artwork Project.

Do Blog do Thomazelli


"Volare - 2008 - Jeferson Thomazelli - ilustração

Mais uma ilustração postada na página da Microonderia para a decoração do microondas.
Quem quiser ver (e votar) esta e mais outras ilustrações é só acessar:
http://www.microonderia.com.br/design.aspx?did=1411
ou www.microonderia.com.br

Muito bom apetite!"

– O Jefão é um artista incrível. Esta é uma das ilustrações que ele executou pro Site Microonderia. Vida longa ao Thomazelli.

Logomarca


– Arte para camisetas e material interno para a XXX COMMERJ.
Confraternização de Mocidades Espíritas do Estado Rio de Janeiro - 2009.

Pra quem lembra e pra quem precisa conhecer


Nothing Compares 2 U

Sinead O'Connor

It's been seven hours and fifteen days
since u took your love away
I go out every night and sleep all day
since u took your love away
since you've been gone I can do whatever I want
I can see whomever I choose
I can eat my dinner in a fancy restaurant
but nothing
I said nothing can take away these blues,
because nothing compares
nothing compares 2 u

it's been so lonely without u here
like a bird without a song
nothing can stop these lonely tears from falling
tell me baby where did I go wrong
I could put my arms round every boy I see
but they'd only remind me of you
I went to the doctor guess what he told me
guess what he told me
he said girl u better try to have fun
no matter what u do
but he's a fool
'cos nothing compares
nothing compares 2 u

all the flowers that u planted mama
in the backyard
all died when u went away
I know that living with your baby was sometimes hard
but I'm willing to give it another try
nothing compares
nothing compares 2 u

Composição: Prince

Bossa 50


– A Exposição Bossa 50 terá exposição de capas de discos, entrevistas em vídeo com nomes como Tom Jobim e Vinicius de Moraes, fotografias e uma série de 20 figurinos do estilista Ronaldo Fraga inspirados em canções da bossa nova. Em homenagem ao cinquentenário da bossa nova, o evento acontece entre os dias 15 de julho e 24 de agosto, no parque do Ibirapuera, em São Paulo.