e quer uma definição sobre os meus textos, no sentido do que é meu (sobre mim mesmo) e o que é apenas sobre os outros, as coisas, a vida. É claro que eu tenho esta resposta, mas ela também às vezes parece confusa até pra mim mesmo. Tentando então quebrar um pouco deste “mistério”, já adianto que isto aqui é sobre mim mesmo. E é bem pessoal, o que, diga-se de passagem, nem é o intento deste blog (ops, será uma pista?). O fato é que escrevo neste domingo, ainda tonto de ressaca, não alcoólica, mas de uma gripe que me passou uma rasteira na sexta-feira e me tirou de combate (e de casa), um fim de semana inteiro. Digo de casa, pois fui me abrigar na casa de um amigo até passar esta influenzae brava que me derrubou. Caríssimo Marcelo, obrigado por tudo, irmão. Uma vez forçado a ficar parado, deitado, com os olhos fechados (embora nem sempre dormindo), você faz o quê? Pensa, né. É o que se pode fazer, pensar. E eu pensei muito. Curioso perceber que esta gripe me abateu justo na minha última semana de trabalho na agência em que estive por mais de 6 anos. Oficialmente, amanhã (segunda-feira) é o ultimo dia, mas a semana que passou foi a última. Amanhã será um fechar de conta, uma última carimbada, um último abraço e algumas lágrimas, eu sei, vão brotar. Fiquei a pensar embaixo do edredon, se esta gripe não estaría me ajudando a expurgar algo de muito ruim que estaria agora, finalmente, prestes a terminar. Pra quem ainda não sabe, nos últimos tempos, minha vida profissional naquele lugar, estava na verdade me deixando doente, física e mentalmente. Somado a vários outros fatores mais pessoais, a minha decisão em sair fora só me fez bem. Sabe aquela sensação de tirar um caminhão pipa das costas? Pois é. Mais curioso ainda é perceber o quanto somos livres nesta bentida vida, pra fazer-mos com ela o que bem entendermos. Mais assustador ainda é reconhecer que nós somos os responsáveis pela nossa felicidade, sim. Mais ninguém o é por nós. Hoje, às vésperas de começar uma semana inteiramente nova, e uma vida com páginas ainda em branco a serem preenchidas, tenho mais fortemente viva dentro de mim esta constatação. E isso me faz muito, mas muito feliz mesmo. Acredite.