Feliz


Pega a tesoura. Aquela de criança com pontas arrendondadas pra não machucar e tira só a ponta do seu dedo mindinho. E põe na minha boca. Pra eu não precisar morder seu dedo. É que eu não quero que sofra. Você mesmo corta. Daí você fica responsável por suas próprias dores. É que eu quero que você sinta. Só um pouquinho. Sem essa de medos pequenos. Não me interessa quem reclama de dor. Me desanima essa gente que se poupa demais. Corta o teu lóbulo direito. Só o direito. Põe em cima do sorvete de creme no lugar da cereja. É que eu quero que você sorva. Junto comigo. Me dá o sorvete sorrindo, olhando feliz eu lamber seu lóbulo direito que agora é meu. Toma este alicate. Arranca o teu canino pra misturar na minha sopa de ervilhas. Elas tão meio cruas mesmo. Mas eu vou perceber o teu canino branquíssimo entre elas. Sorri mesmo assim, sem ele. É que eu quero te ver feliz em qualquer circunstância.

Despedir-se


Cheguei a conclusão que despedir-se, ir embora ou deixar que outro vá, também é uma arte. E de difícil execução. Ultimamente venho, infelizmente, constatando isso na própria pele. Ontem conversava com um velho amigo que depois de alguns anos vivendo no Rio, volta agora para o Nordeste, sua terra natal. Era uma difícil decisão, ele explicava. Difícil, apesar de ter sido desejada e planejada. Sempre é difícil deixar pra trás coisas, lugares, pessoas a quem nos apegamos. É o preço que se paga pelo afeto? Talvez. É inevitável, inerente à vida. Talvez o exercício do desapego, que apregoam todos os conceitos e filosofias espiritualistas, auxiliem neste processo. Mas é difícil, é doloroso. Despedir-se de um lugar, de alguém que se ama, ir embora, deixar de ver, remete a uma finitude, a extinção de um sentimento ou uma felicidade que não se quer perder. Ninguém quer perder aquilo que ama. Tenho uma formação espiritualista, que sempre me fez entender que o fim, como um conceito definitivo e inevitável, este fim, implacável, em realidade não existe. As coisas apenas se transformam, ou mudam de lugar. Evoluem, finalmente. Mas não quero entrar neste mérito aqui. Queria sim, talvez, aliviar um pouco o aperto no peito do meu amigo que agora se despede da Cidade Maravilhosa. Gud, meu velho, não fique triste pelas pessoas, coisas, lugares, calçadas, brisas, nights, que você vai deixar pra trás. Nem pela vista espetacular que você tem da sua sala, e eu morria de inveja. Fique feliz. Feliz pela nova etapa de vida. Feliz pela oportunidade de estar vivo, sendo feliz e fazendo feliz àqueles que estão a sua volta. Fique feliz, meu velho. Fique feliz pela chance que você tem. Fique feliz pois você ainda pode. Abra bem os olhos e o coração pra todas as paisagens que você conhece tão bem e vai ver novamente agora, durante muito tempo. Despedir-se sempre dói. Mas a gente deve acreditar que nada é definitivo. Nem mesmo a dor. Nem mesmo o adeus.
Abraço, velho!

É hoje!


– Muito já foi dito, especulado e aguardado sobre a já considerada obra-prima da PIXAR. É ver pra crer, se emocionar e acreditar na tarefa inglória do autômato encarregado de limpar o lixo deixado pelos humanos num planeta já abandonado. Nas palavras do crítico Érico Borgo, "Ao nos colecionar, Wall-E extrai o melhor de nós."
Imperdível!

MOTOMIX


– Duas das imagens selecionadas entre internautas e usuários de Motorola para compôr os Cubos e Caçambas espalhados pelo evento de música e multimídia que acontece sábado, dia 28 de junho, no Parque do Ibirapuera, a partir das 15 horas. E é de graça!

Do blog do Delson


– The Mummy
Great T-shirt design @
www.threadless.com

ARTZ MANIA


– Capa e algum conteúdo da Revista americana Artz Mania.

Faltam 3 dias


Wall-E estréia mundialmente em 27 de junho.

Chiquinho


– Estudo de ilustração para o Livro Meu nome é Chiquinho.

Coldplay


– Sim, eles ainda conseguem. É bom. Realmente é bom.

Persona

Do blog do Lucas


"Foi assim que ele nasceu.
Depois de uma longa noitada espiritual com a biga, ele acordou com o sol do meio dia, enrolado em uma colcha pesada, um travesseiro macio no meio da praça da luz.
Lógico que o processo completo é muito mais extenso, mais desse dia em diante as coisas começaram simplesmente a acontecer.
Ele entendeu que eram suas todas as escolhas.
Como uma teia que se abre no cerébro e que a cada dia de concentração determinado por certeza, se expande criando um mundo onde coisas maravilhosas acontecem.
O mundo do BLEEP!
Nesse lugar, não existe nada de ruim, porque as coisas são destrinchadas até a sua verdade mais profunda e pura.
Porque todas as verdades são na verdade uma só; seja no budismo, seja no hinduísmo ou na física quântica.

Informação MUITO IMPORTANTE:
O corpo, a cada segundo, recebe mais de 4.000.000 de BITS de informação, mas ele só consegue processar 2.000 BITS.

O seu estado ou talvez uma linha de raciocínio negativa determina o que você percebe do ambiente porque na verdade tudo é um reflexo.
Você espelha as pessoas a sua volta.
Você inserta idéias no ambiente.
Você nada mais é do que uma consciência se manifestando para a realidade.
A realidade é uma escolha sua.
Inteiramente sua.
FREE YOUR MIND FROM THE DARK!
Beauty"

– Há 30 dias com as estrelas, hein moleque! Voa...

Carlos & Julieta


Carlos e Julieta passeiam pela orla de Copacabana numa tarde de quase verão onde tem um sol fraco e quase frio. O frio que vem junto com a maresia que dá aquela espécie de névoa em plena praia nas tardes claras de muito vento. Eles caminham olhando divertidos as pedras portuguesas que assolam todo o calçamento da orla naquele bairro. Ela sorri, pulando sobre as pedras portuguesas com seu pequeno sapato de verniz amarelo. Carlos segura sua mão com tanta leveza que ela podería ir planando ao seu lado, tal qual um balão levado por uma criança. Eram ainda, na vida adulta, como o pai que caminha com a filha criança pelas calçadas de Copacabana. Como explicar um amor tão grande, Carlos? Como explicar uma felicidade tão completa, Julieta? Um amor tão grande e tão insuportável. Ele morreria apenas 12 dias depois dela. Uma felicidade tão incompleta, talvez dissesse Carlos.

"Não posso me queixar. Mas dizer que a vida foi boa, foi feliz é um exagero. Eu não conheço vida feliz. A felicidade é um estado de espírito transitório por natureza. Nós temos momentos de plenitude, divinos, celestiais, mas, ao lado disso, tem a rotina, a dor de barriga, a dor de dente, a conta por pagar."
– Carlos Drummond de Andrade

Emil Kozak


- Artes do incrível Emil Kozak, Espanha.

Foge!


Foge daqui enquanto a enchente não bloqueia todas as estradas possíveis de você passar. Foge enquanto é tempo. Enquanto ainda durmo o sono pesado do gigante que ronca, bêbado, da noite anterior. Corre pra bem longe. Foge enquanto é tempo. Enquanto ainda penso no que fazer. Enquanto ainda espero e decido se te esmago ou se te engulo. Foge. Foge pra bem longe. Onde eu não te alcance. Onde eu não te veja. Onde eu não sinta o teu perfume. Que vai me indicar o caminho pra te seguir, sanguinário. E eu vou com a fúria dos que tem fome. Foge daqui agora, enquanto eu olho pela janela e imagino que não tem ninguém por perto. Imagino que não te vejo aqui ao alcance das mãos. Sai devagar, sem que eu perceba. Vai embora enquanto pode. Foge e não deixe rastros. Não deixe as chaves. Não deixe esperanças. Foge. Foge desta luta pois eu sou mais forte. Foge rápido e nesta luta, em hipótese alguma me deixe ganhar.

las manos


Las manos fueron hechas para estar vacias.

– Foto de Fabio Giolito

Can't get off my mind


Destroyer

More panic, than intent
more luck than good judgement
they’re raising your body from the ground
the dreamer has woken
the spirit has spoken
they’re raising your body from the ground

what you gonna do
when it all comes through
on your pretty head?
is it so easy to pretend?

like visions of goya
the silent destroyer
they’re raising your body from the ground
from the ground

what you gonna do
when it all comes through
on your weary head?
is it so easy to pretend?

you want it, you need it
break your back to feed it
they’re raising your body from the ground
they’re raising your body from the ground
from the ground

they’re raising your body from the ground
hey from the ground.

David Gray

A coisa tá vindo!!


– Imagem do Blog do The New York Times.

Waiting the stars


Cheguei por aqui e pensei. Naquelas ruas, naquele vento, naqueles cabelos. Pensei naqueles olhos e naquela lua quase cheia. Tá cheia agora. Grande. Branca. E pensei. A mesma lua que vejo na Paulista, brilha agora, também por lá...

– Arte "Waiting the stars" de Webby85, Itália.

Luz Negra


Para promover o canal 13th Street, especializado em filmes de terror e suspense, a agência alemã Jung von Matt fez uma ambientação no banheiro de uma casa noturna em Hamburgo.
Poucos segundos após alguém entrar no local, as luzes eram apagadas, acendendo uma luz negra que revelava uma cena de crime, com manchas de “sangue” no chão e paredes. No espelho aparecia a mensagem: “See what others don’t see. 13th Street. The Action and Suspense Channel” (Veja o que os outros não vêem).

Uma viagem aí...


– Voltamos em breve!!

Arte Horizont, de Lukas AnyMamp, Austria.

TAXI


Naquele início de noite pra um
e fim do dia pra mim
dei um sorriso amarelo
sem graça
que teve o efeito de um canhão de luz
rasgando as estrelas

No início de noite
sentado no ponto de taxi vazio
o sorriso foi quase amarelo:
10% de amarelo
5% de azul

que resultou numa policromia tosca
que ejaculou do canhão de luz
que tava com uma super-hiper lâmpada nova

O efeito foi devastador
atingindo em cheio o alvo
que caiu na calçada já com o cigarro todo em cinzas

O sorriso foi cansado
naquele início de noite
início de vida.

2012


– Podia ter sido este.

Fonte: http://ffffound.com/image/ee30995e45c41bd13d9ca8daa130aea8140a5dc8

Go, Speed, Go!!


Ontem, voltando pra casa me dei conta que andava de cabeça erguida pela primeira vez em 17 dias. Incrível como o peso de certas coisas podem te levar a comportamentos tão diferentes dos seus habituais. O peso dos problemas, das tristezas, dos impactos que sofremos podem de fato nos atingir a ponto de não percebermos seus efeitos em nossa vida diária. Sim, porque nossa vida prossegue. Sim, porque vamos pra rua todos os dias. Sim, porque precisamos pagar as contas. Sim, porque precisamos crescer. Sim, porque precisamos cavar fundo e com a própria unha as coisas que queremos. As coisas que nos farão, justamente, prosseguir.

Volta-Seca


"Se eu soubesse que chorando/ empato a tua viagem/ meus olhos eram dois rios/ que não te davam passagem."

– Volta-Seca (Antonio dos Santos) Compositor. Instrumentista. Ex-cangaceiro que pertenceu ao bando de Lampião e passou vinte anos na cadeia.

pra Flavia


I´m gona be free
and I´m gona be brave
...
with grace

– Arte de Samantha Capatti

"Toda família tem um momento em que começa a apodrecer"


Tal qual a máxima de Nelson Rodrigues o filme do diretor Sidney Lumet expõe a descida ao inferno, do ponto de vista espiritual, moral e físico de uma família aparentemente normal. Dramático, eletrizante e imperdível.

Camisa nova


– Senhor, vamos ter Camisa de Força nos tamanhos P, M e G.

– Vou levar a G (vai servir melhor com a barriga).

– E na cor preta, por favor.

Acredite

Up and down they are to take a walk


– Arte do Paulo Rodrigo Funfas, cujo Blog Crumbim está devidamente linkado ao lado.
Fera!!

run, Forrest, run...


O vento que bate enquanto você corre, abre seu diafragma fazendo com que respire melhor. O suor que escorre enquanto você corre molha tuas roupas que colam no teu corpo a medida que o vento bate e te faz gelar. O bombeamento sanguíneo que explode nas tuas veias enquanto você corre, te fazem suar e o suor provoca o calor que percorre todo o teu corpo fazendo as temperaturas se chocarem. O calor provocado pelo rápido bombeamento e o frio do vento bate em você, fazendo secar o suor que escorre. A respiração rápida, o suor, o calor, o frio, o vento, o bombeamento sanguíneo, tudo isso faz seu organismo entrar num estágio que os especialistas em esporte chamam de estágio de euforia da corrida. Este estágio, de euforia intensa também é definido por muitos como o "barato da corrida". Uma vez nele você pára de sentir dor ou qualquer outro incômodo, ou mesmo o cansaço inerente ao próprio esforço físico. É um esquecimento físico, se posso definir assim. É um estado tão prazeroso quanto perigoso, se você perde a noção de tempo, espaço e esforço. Sessada a corrida e no término deste "barato" você se sente profundamente relaxado ou em paz logo após se exercitar. É a "droga" da endorfina, que vicia muitos na prática descontrolada dos exercícios físicos. Inclua-se aí os malhadores compulsivos e os acometidos da chamada Vigorexia. Polêmicas e discussões a parte, é assim que eu quero me sentir. Relaxado e em paz.