Quando tem coisas pendentes dependendo de datas e dias por delitos impensados e bombas que foram lançadas no seu quintal sem explodirem, você fica assim. A sensação de que há muitas coisas a resolver no horário comercial mas que não vai dar tempo de sair a tempo de ainda pegar o banco aberto. E o dia passa muito, muito lento. E você passa por ele bufando. Tentando expelir. Tentando se livrar. Mas se não se resolve não se livra. E o dia passa. E você deseja com toda a força da sua vontade acordar de novo naquela antiga casa amarela da sua tia onde tinha um quintal grande com infinitos varais de roupas cheios de lençóis e os pés de jabuticaba todos carregados e você acordava e corria pelo grande quintal, vencia os lençóis que voavam todos na sua direção e chegava, ainda tonto de sono à primeira jaboticabeira que estivesse ao seu alcance. Trepado ali o seu dia começava.