terra

Cheirou as mãos. Sentiu o perfume e andou. Caminhar naquele terreno era ter aos pés a calma dos mortos, a textura dos vivos. Pisando-o, sentia o tato dos dedos que baixavam um a um, feito um dedilhar pianista naquela terra fertil e rica, pois intocada. Intocada, não virgem. Cabia ao caminhante descobrí-la por entre relvas, deslizes e durezas de carne. Um sobrevôo de planícies de pele, de montes vulcânicos e um pouso de pioneiro. Terra doce sem erosão ou solavancos. Espécie rasteira que permite deitá-la e sonhar acordado, olhando as estrelas dentro dos seus olhos. Ilha de todos os meridianos e loucos navegantes, que deixa fincar no seu rincão a bandeira do servo humilde e pedinte, que mata a sede na sua generosa maresia.

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