Aquelas pessoas


Aquelas pessoas que se vêem as vezes. Aquelas pessoas desconhecidas que se vêem, se cruzam nos lugares, nos bares, na padaria, entre as gôndolas do mercado, nos corredores das Casas Bahia. As vezes elas se reconhecem, mas não se conhecem. Elas se reconhecem sem trocar palavra. Apenas por se verem sempre, passando pelas mesmas calçadas. Pode haver um cumprimento rápido. Pode haver uma troca de cortesia, gentileza. Mas nem sempre. Nem é preciso. Elas se reconhecem. Se sabem irmãs, de alguma forma. Se sabem iguais. Nos mesmos lugares, na mesma rua, na mesma mesa de boteco. Os olhares de quem vive em uma grande metrópole estão sempre em busca. De pessoas iguais. Que se entendam. Sem se conhecerem. Os olhares de quem passa rápido, na correria, saca? Eles não param. Os olhares. Mas se encontram. Os olhares das pessoas desconhecidas, que se parecem. Que se reconhecem. Iguais. E só.

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