Pega a tesoura. Aquela de criança com pontas arrendondadas pra não machucar e tira só a ponta do seu dedo mindinho. E põe na minha boca. Pra eu não precisar morder seu dedo. É que eu não quero que sofra. Você mesmo corta. Daí você fica responsável por suas próprias dores. É que eu quero que você sinta. Só um pouquinho. Sem essa de medos pequenos. Não me interessa quem reclama de dor. Me desanima essa gente que se poupa demais. Corta o teu lóbulo direito. Só o direito. Põe em cima do sorvete de creme no lugar da cereja. É que eu quero que você sorva. Junto comigo. Me dá o sorvete sorrindo, olhando feliz eu lamber seu lóbulo direito que agora é meu. Toma este alicate. Arranca o teu canino pra misturar na minha sopa de ervilhas. Elas tão meio cruas mesmo. Mas eu vou perceber o teu canino branquíssimo entre elas. Sorri mesmo assim, sem ele. É que eu quero te ver feliz em qualquer circunstância.
1.7.08
Assim não dá, Heitor.
Você já é artista gráfico.
Se continuar escrevendo tanta coisa linda, onde vamos parar?
1.7.08
ahaahah... olha só quem fala!!
1.7.08
Estou virando fã deste blog...
Incrívelmente intenso, quase um texto de Almodóvar...
Adoreeeeeeeeeei