Se eu soubesse escrever bem pra cacete, chegaria em casa, nem que fosse 2AM, cheio de sono e de tesão e escreveria qualquer merda que os outros achariam lindo pra caramba e pronto. Seria aceito. Aceito por quem? Não sei. Na verdade não sei se vale tão a pena assim, ser aceito. Eu ainda não sei escrever bem pra cacete. Feito estes caras (e garotas, muitas garotas) que vejo pela net, com seus blogs incríveis de nomes e cores incríveis (não é, Flavia?) e suas histórias e divagações e poesias e batons vermelhos e gorros rôxos e as flores que compraram e os porres que tomaram numa madrugada fria, em que andaram sozinhos por aí e coisa e tal. É vero, eu ainda não sei. Mas tem coisas que faço e que eu gosto. E isso não é muito comum, hein. Quem me conhece (bem), sabe disso. Mas eu tô aprendendo. A escrever e a gostar mais das coisas que eu faço. Pois nem tudo que eu faço eu gosto. E nem tudo que eu preciso fazer, eu gostaria de fazer. Mas porque tudo isso, numa quinta-feira qualquer, sem sono, cansado e precisando dormir e o tal do relaxamento não vem. Por que tudo isso, agora? Talvez porque eu queira justificar isso aqui. Este fundo preto que você está vendo ao fundo do que lê, que eu tô cuspindo direto, sem pensar muito e esquecendo de salvar. De me salvar. Porque senão, nêgo, nada faz muito sentido. Nem a minha vontade de saber escrever bem pra cacete. E muito menos a vontade de gostar mais das coisas que eu faço e de preferência, fazer aquilo que gosto. Porque, dizem os colunistas das revistas da Abril, que fazer o que se gosta é um primeiro passo para ao sucesso. Ao estrelato. (Não que eu queira realmente isso). E porque não dizer, à felicidade. Ah, a felicidade... esta senhora tão idosa e sem nenhuma paz, no auge do seu climatério, que não dá mais conta de atender a tanta gente. Como a senhora ainda consegue? Me conta seu segredo. Porque é muita gente, viu. E gente que nem a merece. Que nem lhe faz uma visita naquele asilo, retirado lá nos confins do fim do mundo. Pra lá do Atacama. Como assim? Então, talvez (e eu vou frisar o talvez) e só talvez, seja por isso que eu queria saber escrever bem pra cacete. Assim, fácil, cuspido, ou saido num peido mesmo. Porque a mim, assim parece, que é bem fácil. Que o cara chegou em casa bêbado (e a garota, louca da vida com o cara que não foi gentil com ela), e sentaram, e olharam pro teclado, engoliram em sêco e zássss... mandaram ver. E ficou bom pra cacete. Ficou lindo!! Diriam os leitores dos seus respectivos blogs no dia seguinte. Afinal, o que essa gente toda quer, gente? Ser lida? Ser aceita? Ser amada? Ser feliz? Ah, a felicidade. Esta senhora... a senhora é uma boa de uma filha-da-puta, culpada por tudo isso que está acontecendo. E pelo que eu tô cuspindo aqui, agora. Porque se não for por isso, caramba. O que é que eu tô fazendo nesta quinta-feira sem graça, quase quebrando o tecladinho preto do meu MAC véio, que não tá valendo mais que 300 contos, e tentando encontrar respostas, talvez no lugar errado e com as pessoas erradas. Desculpa, gente. Acho que é a crise. Acho que é a felicidade, sei lá. Mas o fato é, eu ainda não sei, mas eu gosto pra caramba de escrever. Talvez esteja me faltando temas, Insights (puta terminho pedante), inspiração (eca), esforço, suor (isso eu gosto) e... eu ía falar talento, mas acho que ia levantar muita polêmica. E não, eu não gosto de polêmica. Não gosto de falar (muito) e muito menos quero ficar em evidência. E quer saber? Formador de opinião de cú é rola e tenho dito. Hoje eu tô maldito. Mas calma, gente. Isso passa. É só eu encontrar o caminho e pôr as idéias e as palavras em ordem, da história que tá crescendo, gritando na minha cabeça e me levando à loucura (e ao atraso dos jobs que tenho que dar conta), que talvez tudo isso passe. Mas vou, de novo, frisar o talvez. Talvez todo este meu desconforto diminua. E aí, eu finalmente possa voltar aqui e contar finalmente as histórias que quero contar, e do meu jeito mesmo, fazer o quê, né. Beginner mesmo, piegas pacas e mesmo assim, honesto pacas. Porque isso eu acho que eu sei ser. Honesto. Com os outros e comigo (graças a Deus) e a mim, também. Desculpa mais uma vez, quem chegou até aqui. Da próxima vez pretendo voltar mais centrado e contar aquilo que eu realmente quero contar, antes que as palavras que estão crescendo dentro da minha cabeça comecem a vazar pelos ouvidos, olhos, boca, nariz, pelos sete buracos da minha cabeça. Se bem que, cá pra nós, tenho a impressão que este desconforto não vai se abrandar, não. Caso contrário, acho que ai mesmo é que não vou ter nada pra contar de interessante, e nem piegas. Peace.