Pouco antes do mundo acabar. Os prédios todos desmoronando um ao lado do outro. Ele foi acompanhá-la até a porta de casa. Mudrugada. Mais ninguém. Um silêncio de prédios caindo na cabeça. Mas não havia medo. Nenhum dos dois. Não queriam correr nem se apressar em nada. Estavam em paz. Queriam apenas que aquele fim de mundo não acabasse nunca. Que aquela madrugada em que tudo desmoronava em volta. Que tudo explodia e se estinguia. Que tudo aquilo perdurasse assim, para sempre. Terminando, acabando sempre, sem nunca se extinguir. Que aquele momento em que apenas eles começavam. Sem pressa. Que apenas eles existiam. Apenas eles não se importavam. Com mais nada. Nem com o mundo, prestes a acabar.