"Era um domingo,


dia de Nossa Senhora da Glória. Ouviram-se palmas à porta. Estavam todos reunidos à mesa do café. Dinorah de Assis foi até a janela da sala. Quem seria, a essa hora? "É o doutor Euclides", lançou o rapaz, caminhando depois na direção da porta que abria para o jardim."

Assim começa o livro Matar Para Não Morrer, onde a historiadora Mary Del Priore examina o triângulo amoroso entre Euclides da Cunha, Ana de Assis e Dilermando de Assis, mas não fica restrita a ele, analisando também seu pano de fundo histórico.
Em 15 de agosto de 1909, Euclides da Cunha invadiu a casa do bairro carioca da Piedade onde morava o jovem tenente Dilermando de Assis, amante de Dona Saninha, mulher do escritor, disposto a matá-lo. Poucos minutos depois, no entanto, foi o autor de Os Sertões quem perdeu a vida, atingido por três balas do revólver do militar. Este livro relata os meses que antecederam a tragédia e mostra que, ignorando os fatos, a imprensa da época transformou Dilermando em vilão, rótulo que o perseguiu até o fim.

– Devorando...

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