Ainda não sabia

Enquanto esperava pacientemente por um movimento seu, passava lentamente por trás e respirava fundo o perfume que ainda subia pela sua nuca. Que me golpeava forte o lado direito do cérebro. Ou sería do peito, ainda não sabia. Mas tinha a espera. Tinha o aperto de mão que não quer soltar. Tinha as costas e a nuca. O perfume que subia ainda no fim da tarde. Talvez porque eu sentisse muito. Quisesse muito. Mas não soubesse nada. Então como se fosse possível prender a respiração e ao mesmo tempo gritar. Gritei. Mas foi tão surdo que ninguém ouviu. Ele morreu na garganta. E nem eu mesmo ouvi. Porque eu ainda não sabia.

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