Hellboy II


– Estréia dia 05 de setembro. E é Guillermo Del Touro.

Tomas Opasinski


– Esta é pra quem ama cinema e artes gráficas, como eu. Acima, imagens de Cartazes de filmes conhecidos que não foram veiculados na época de seus lançamentos. São trabalhos do artista gráfico polonês Tomas Opasinski, que trabalha exclusivamente na indústria cinematográfica americana. O cara é o responsável pela maioria dos excelentes cartazes das maiores produções americanas. No site do cara, mais obras maravilhosas que foram "pro lixo".

http://www.tomasz-opasinski.com/

You loose rat


– http://web.mac.com/moistproduction/flash/index.html

Breakaway


– Johanna - Sweden

Eles voltaram


Nestes tempos em que você espera. Em que você se cala. Em que você se afoga nesta piscina quase vazia das certezas mais seguras, você lembra que esqueceu de limpá-la. E a água não se renovou. Ela ficou parada. Com todos aqueles cadáveres passados, lá no fundo da piscina. Agora o trabalho de limpá-la vai ser bem maior. Agora o cheiro tá insuportável e as certezas, quase acabando. E eles vão vir a tona. Os cadáveres. A água vai baixar deixando que eles voltem. E você vai ter que encará-los, todos novamente. Agora eles voltaram. E você não tem mais certezas pra encher tudo de novo.

A Quoi Ça Sert L'Amour?




Pra que serve o amor?
A gente conta todos os dias
Incessantemente histórias
Sobre a que serve amar?

O amor não se explica
É uma coisa assim
Que vem não se sabe de onde
E te pega de uma vez

Eu escutei dizer
Que o amor faz sofrer
Que o amor faz chorar
Pra que se serve amar?

O amor, serve pra que?
Para nos dar alegria
com lágrimas nos olhos
É uma triste maravilha

No entanto, dizem sempre
Que o amor decepciona
Que há um dos dois
Que nunca está contente

Mesmo quando o perdemos
O amor que conhecemos
Nos deixa um gosto de mel
O amor é eterno

Tudo isso é muito lindo
Mas quando acaba
Não lhe resta nada
Além de uma enorme dor

Tudo agora
Que lhe parece “rasgável”
Amanhã, será para você
Uma lembrança de alegria

Em resumo, eu entendi
Que sem amor na vida
Sem essas alegrias, essas dores
Nós vivemos para nada

Mas sim, me escute
Cada vez mais eu acredito
E eu acreditarei pra sempre
Que é pra isso que serve o amor

Mas você, você é o último
Mas você, você é o primeiro
Antes de você não havia nada
Com você eu estou bem

Era você quem eu queria
Era de você que eu precisava
Eu te amarei pra sempre
E a isso que serve o amor.

Edith Piaf & Théo Sarapo

As cores do seu muro


Todas as cores do seu muro eu já conheço há um tempão. Decorei as mudanças que foram feitas através do tempo. Primeiro amarelo, depois laranja, depois vermelho, depois azul. Por último um branco sem muito a dizer. Ou justamente por ser branco, dizer muito. Em todas as cores que o seu muro teve ao longo da nossa vida, elas simbolizavam ciclos, nas vezes em que eu passava e olhava pela janela do ônibus. Que cor vou ver desta vez? Era sempre uma surpresa, depois da expectativa. Não maior que, talvez, te ver no terraço da casa. Ou no portão. Ou olhando longe, a estrada, pela qual passava o ônibus, onde eu estava, olhando sempre pra sua casa. Pro seu muro multicolorido. E todas aquelas cores, por mais bonitas que fossem, não me deixariam tão feliz, como se um dia, por acaso e sem expectativa, eu finalmente conseguisse te avistar, olhando a estrada. Mas aí eu nem perceberia as cores do seu muro.

Amazing MUSE


– Capas incríveis, do incrível MUSE.

18 / 12 / 08 / SP

13 Tzameti


“13 Tzameti” não passou nos cinemas brasileiros. Desconheço até seu lançamento em DVD. Mas uma cópia dele caiu nas minhas mãos no início deste ano, através de um colega de trabalho. Produção francesa de 2006, com direção primorosa do por aqui desconhecido Géla Babluani. Com referências claras ao mestre Hitchcock, “13 Tzameti” é inicialmente um drama leve que nos surpreende por, repentinamente se revelar extremamente doentio e tenso. Filmado em preto-e-branco, com trilha sonora quase inexistente, com exceção dos primeiros 30 minutos, a sua primeira metade quase se arrasta, com sequências calmas, atuações mornas e um tom de tranqüilidade, que quase nos faz “desistir” do filme. Mas tudo isso é necessário para a surpresa que virá depois, ao descobrirmos sobre o que realmente se trata esta trama tão bizarra quanto fascinante. O drama então cede lugar ao thriller psicológico, tipo de filme que me interessa muito. Falar sobre esta trama aqui é estragar completamente a experiência de assistir a um filme nada fácil, mas por isso mesmo, merecedor de admiração, na minha opinião. Não se trata aqui de um suspense hollywoodiano médio, com música dramática, correria e trama policial corriqueira. Longe disso. Géla Babluani é talentoso o suficiente pra manter seu suspense, mesmo quando tudo nos é revelado. E ele consegue, até o final, nos prender por completo nesta história absurda de total frieza em relação à vida humana. “13 Tzameti” é experiência obrigatória pros amantes do cinema e da qualidade que talvez só as produções européias sabem impôr. Observações finais: Gostaria imensamente de saber a opinião do grande Marcio Claesen sobre esta produção. Será que você já conhece? E o ator que interpreta o protagonista, Sébastien, é a cara do Chico Ribas. Aos dois amigos, minha dica de excelente cinema, que sei que vocês, tanto quanto eu, admiram.

"É doce morrer no mar"


Dorival Caymmi - 1914 / 2008

Coca-Cola "Bird's Nest" Olympic

Natalie

Propaganda de Motel

Meu trabalho só dá merda!


– Deve ter argumentado o criador da incrível Shit Box: http://www.thebrowncorporation.com/

Acorda!


– Banksy, claro.

Sonidos


Eu gosto muito de trilhas sonoras. Sem querer acabei meio colecionando, até. Tenho algumas que considero bem bacanas. Talvez por gostar muito de cinema e talvez mais ainda de música. Já aconteceu de eu gostar tanto do filme e da trilha, que eu volto pra assistir ao filme e fecho os olhos nas partes (musicais) que mais gosto, sem me importar muito com o filme em si. Coisa de maluco, sei lá. Mas eu adoro trilhas, é fato. Dentre as que eu tenho, uma em especial, as vezes fica no som direto, por dias. As vezes por preguiça, as vezes porque quero ouvir mesmo, dou play e lá vai ela tocando pela milésima vez. Aqueles casos em que não sei dizer se gosto mais da trilha ou do próprio filme. Tô falando de Hable con Ella, do Pedro Almodóvar. Não me sinto capaz de discorrer aqui sobre o trabalho deste cara, então vou apenas dizer que ele é gênio e pronto. Essa trilha é tão forte e arrebatadora quanto o próprio filme, na minha modesta opinião, o melhor dele até hoje. Com destaque pra faixa 19, de nome Raquel. É a música que encerra o filme, durante uma apresentação de dança de Pina Bauch, que é de matar. Quem já viu sabe do que eu tô falando. Quem não viu, por favor, demorou! Talvez o filme mais fatalista e ao mesmo tempo mais esperançoso da carreira de Pedro Almodóvar. Hable con Ella é uma trilha que não sai da minha cabeça.

PAZ


São tantas crenças, tentativas, desistências, que fica aquela sensação de ressaca sem ter bebido na noite anterior. O gosto ruim de nada na boca. É o sentimento de culpa sem ter infrigido nenhuma lei. É o arrependimento pelo que não se fez. O arrependimento que só sentem os tranquilos. Os que não se atiram. Os que possuem o talento de ler um bom livro em plena madrugada de muito calor. Os comedidos. Os felizes na sua paz. Os que a tem, enfim.

Sharks Week


– Campanha do Discovery Channel para "Sharks Week" na Flórida.

Lemon Tree


A viúva palestina Salma vê a sua vida virar pelo avesso quando o ministro de Defesa de Israel torna-se seu vizinho. Por acreditar que os limoeiros no terreno de Salma oferecem risco ao ministro, as forças de segurança determinam que as árvores devem ser derrubadas. Salma recorre à Suprema Corte de Israel para salvar os seus limoeiros.
– Assisti ao Trailer deste filme, baseado em fatos reais e me pareceu ser bem bacana. Dica a se conferir.

Don't give up the fight


Às vezes a gente pensa em desistir. Pensa sim. Eu já pensei. Você já pensou. É normal. Não somos heróis da DC Comics. E olha que as vezes até eles desistem. Aqueles conflitos de herói e tal. Tem momentos que a coisa tá feia mesmo, ou fora ou dentro de nós. Aí de repente, vem a vontade de desistir. É o cansaço que bate. Também pudera. Tantos anos nesta labuta diária. Tem horas que cansa mesmo. Dia desses ouvi de um moleque de 20 anos: Falta muito pra eu me aposentar? Falta muito pra eu morrer? Todo mundo riu muito, lógico. Era uma brincadeira. Mas tinha um desabafo ali. E olha a idade do cara. Esses jovens de hoje em dia se cansam muito mais rápido do que os da minha época. (Nossa...) Enfim, o cansaço é inevitável, diria. Não tem jeito. A gente acorda, trabalha, trabalha, trabalha, trabalha e se diverte (um pouco) e goza (melhor pular esta parte). Normal bater um desânimo no meio do caminho. Será que tô sendo muito pessimista em afirmar que a gente tem muito mais agruras nesta vida do que prazer? Ou será que sou mesmo o eterno insatisfeito? Ou será que é a idade? Sei lá. Pode ser tudo isso junto. Pode ser a falta de força pra lutar depois de muito murro em muros por aí. Pode ser. Mas apesar de tudo isso, ainda penso que na verdade, desistir é coisa de cuzão. Problemas e chefe chato todo mundo tem, pô. (Com exceção da chamada "classe artística" e inclua-se aí meus amigos atores). Desculpa gente, mas vocês não têm chefes chatos no pé. No máximo um diretor mau-humorado. Os problemas são inerentes a nós, pobres humanos em evolução. Mas, na boa, desistir é entregar os pontos. E eu não penso em fazer isso tão cedo. É a grana que não dá, é o síndico filho da puta, é o chefe idem, é a rua esburacada, é o lixo na calçada, é a paquera que não te olha, é o pneu furado num sábado a noite e com chuva. Enfim, é muita coisa ruim. Mas, fazer o quê. Deve haver um sentido pra tudo isso. Eu realmente acredito nisso. Talvez por isso não penso em desistir. Por mais que eu pense que tô pensando em desistir, entende? Sabe aquela música, "o mundo gira e nos espera numa boa"? Pois é. Bora tomar aquele analgésico bem loco, um banho frio e dar uma caminhada rápida que depois pode até evoluir pra um trotezinho de 5 minutos. E quando você vê, já correu 5 Km. E suou. E relaxou. E botou aquele demônio gigante pra fora. E o tombo dele foi feio, eu vi. E na boa, esse demônio obeso não consegue me ganhar numa corrida de 5 km. Peace.

Don't be stupid!

Rio pra não chorar


Música e imagem são, na minha opinião, os principais fatores pra fazer do filme "Era uma vez...", um bom filme. Um bom filme, não um grande filme. Belíssima trilha sonora, incluindo Elza Soares, Luiz Melodia e Mart'nália. Além de uma fotografia magnífica. Coisa fácil, em se tratanto da paisagem natural da Cidade Maravilhosa. Boas atuações de todo o elenco, com exceção de um ator, que infelizmente, "mata" o filme. Se não fosse por ele, talvez o longa pudesse quase se aproximar do perfeito, se posso dizer assim. Antes de assistir ao filme li algumas críticas, e em comum entre elas, o destaque para um roteiro "fraco" e previsível. Fui ver mesmo assim. A idéia da história me agradava e queria ver também uma outra empreitada do diretor Breno Silveira, que fez de Dois Filhos de Francisco, um grande filme. No caso de "Era uma vez...", como classificar de previsível, duas histórias que já conhecemos? Uma, a de Romeu e Julieta e a outra, a história igualmente triste do desgoverno e caos, do Estado do Rio de Janeiro? Não concordo. Não diria que é previsível e sim, esperado, talvez. Romeu e Julieta, como sabemos, termina em tragédia. Tragédia é o estado que o Rio vive a tempos. A cidade está partida, fazendo uma referência ao livro de Zuenir Ventura, Cidade Partida, citado no filme. A cidade está dividida. De um lado, população sem governo, do outro, criminalidade "governando". Este é o retrato atual do Rio, infelizmente. Não vou citar aqui o desfecho de "Era uma vez..." , mas não é preciso ser nenhum gênio pra saber como ele será. Mais do que uma história de amor, este filme nos dá uma incrível dimensão das diferenças sociais do nosso país. E nós não estamos nada bem. Beiramos a tragédia, de verdade. Ela já está presente em nossa vida diária. Sensível a direção de Breno Silveira. Sensível capacidade de envolver-nos com uma trama tão improvável quanto crível. O amor de Romeu e Julieta, aqui dividido pela classe social, pelo crime, pelo descaminho da população oprimida das favelas. Característica marcante da cidade do Rio, onde pobres e ricos se "misturam" na areia da praia. Mas infinitamente distantes um do outro, na realidade. Previsível? A nossa realidade está assim tão previsível? Então é preciso que se faça algo. E logo. Não perca o emocionante "Era uma vez...".

Loucos pela maçã

A Festa do Divino


Carminha era moça morena, perfumada, que amava Bento. Tião era homem bruto, empregado de fazenda, que amava Carminha. Bento era rapaz coroinha, que amava a igreja. E Carminha, em segredo. Sofria em silêncio a sua dúvida constante. Pensava na mãe, que morreu desejando um filho padre. Pensava em Carminha e na sua pele morena, que brilhava no sol, quando ela cobria os olhos ao vê-lo passar pela praça. Tião era menino ainda, quando viu Carminha nascer, pela sua mãe, parteira da cidade. Pegara no colo o bebê cor de jambo, que sorriu pra ele. Lhe perfurando o peito com um amor tão grande, quanto infinito. Carminha ajudava a mãe em todas as quermesses. E Tião construía as barraquinhas, caprichando numa, mais que a outra, pra que ela dissesse depois, qual achava mais bonita. A tarefa de Bento era auxiliar padre Afonso em todas as tarefas da igreja e essa era a época que ele mais gostava, pois ficava mais tempo perto de Carminha. O brilho da pele da menina deixavam seus olhos fixos. Queimando seu desejo, que só era menor que o seu amor. Tião morria toda vez que via como eram os olhos pretos de Carminha, quando falava de perto com Bento, sempre perto da igreja e de padre Afonso. Bento sempre ficava perto do padre quando Carminha se aproximava. Tinha medo de si mesmo quando Carminha chegava, nos seus vestidos brancos, voando junto com os cabelos pretos. Tião quis morrer quando viu, no último dia de montagem das barracas, Carminha abraçar Bento, quando ele lhe entregou uma imagem de São Francisco de Assis, o Santo devoto da menina. Era um agradecimento, que Tião viu de longe. Enquanto um fogo de ódio queimou seu peito por dentro, fazendo sua cabeça estalar. Podia esmagar o coroinha com apenas uma mão. Era noite quente, de muito vento. Era a primeira noite da Festa do Divino. A procissão, a missa, as crianças, a música, as senhoras da paróquia. Carminha era a menina mais bonita da festa. Bento não tirava os olhos dela, enquanto, suando, pedia a Deus que ela não se aproximasse dele. Mas ela veio. Chegou de manssinho, segurando o vestido amarelo, pois ventava muito. Sentou do seu lado, quando os outros coroinhas entravam na igreja, acompanhando o padre. Foi a primeira vez que ela pegou a sua mão. Ela sentiu quando ele respondeu, apertando a sua com toda força que ele era capaz. Ele olhou fixo à frente, com o vento batendo na sua cara de menino, quando viu Tião diante dele. Tião deu um passo a trás, retirando a lâmina de seu facão do ventre de Bento. Carminha gritou tão alto que sua voz sumiu entre os fogos e a música da festa tomada de gente. Tião ainda olhou pra ela, chorando, antes de sumir no meio do povo e das bandeiras coloridas no meio da praça. Ela não gritava mais. Jogada no chão sobre Bento, com seu vestido amarelo, agora todo vermelho.

– Foto de Ives Padilha.

Logan


– Wolverine, pelo Rodrigo Vieira Funfas, do incrível blog Crumbim.